CORDEL

 


LUCAROCAS A ARTE DE SER
CORDÉIS
Lucarocas a Arte de Ser

Aqui estão alguns Cordéis do Lucarocas na sua Arte de Ser
nesses mais de trinta anos que escreve cordel.
Na verdade Lucarocas é um escritor que escreve cordel, pois bem antes da sua produção em textos de cordel já havia publicado livros  com outros formatos de textos.
Boa Leitura






        MANIFESTO DA HONESTIDADE
               Praça do Cordel
Bienal Internacional do Livro de Fortaleza
           Lucarocas a Arte de Ser
 
Desde quando era menino
Ouça meu pai falar
Que pra fazer meu destino
Na trilha do caminhar
Eu tinha que ser honesto
Usando a ação e o gesto
Como espaço para voltar.
 
E já o senhor João
Com voz firme me falou
O que foi a direção
Dois passos que me levaram
Uso de honestidade
Pois na vida há uma verdade
É que nome não se lava.
 
Eu trago no Manifesto
Uma proposta do bem
Uma fala de protesto
Que vai alertar alguém
E tudo o que está escrito
Era então para ser dito
Por quem coragem não tem.
 
É triste ver no cordel
Muita desonestidade
Uma falsidade cruel
Em nome da entidade
Que causa indignação
A quem tem senso e razão
Do bem da honestidade.
 
Começa por quem escreve
E deseja publicar
Aí ou outro se atreve
Ao cordelista ajudar
Termina então por fazer
Por quem não sabe escrever
Só para ganhar dinheiro.
 
E quem cai nesse “artista”
Vai se achando escritor
Pensando que é cordelista
Se vê em grande esplendor
Mas na hora de escrever
Nunca vai saber fazer
Pois nunca foi um feitor.
 
É preciso honestidade
Ao produto publicado
Fazer tanto quanto
O que lhe foi solicitado
Não imprimir mais além
Surrupiando de alguém
Pra ter produto estocado.
 
Ser honesto não é fiar
Uma falsificação
Pra poder legalizar
Uma tal declaração
E com o ato incorreto
Fazer parte do projeto
Usando associação
 
É preciso ser honesto
Não trabalho coletivo
E ser líder com bom gesto
Sem se tornar abusivo
E se fazendo de dono
Deixa-nos em abandono
E outros o fazem cativo.
 
Ser honesto e convocar
Todos pra reunião
E com clareza falar
De toda programação
E não ficar se escondendo
E depois vou escrever
Carta de orientação.
 
Ser honesto não é zombar
Do colega da cultura
Dizendo que o seu lugar
Não é na literatura
E que seu material
Não seria o ideal
Para ocupar a estrutura.
 
É não ter que humilhar
Com o vale da refeição
Para depois desviar
Fazer negociação
E virar um personagem
Relacionando a mal imagem
Num cordel de gozada.
  
Ser honesto é dar espaços
A quem espaço não tem
É aprender num abraço
Aquilo que se quer bem
E lembra que a praça
Não é só de quem já traça
Do outro lado qualquer dia vem.
 
Usar de honestidade
Não é formar um cartel
Onde o autor da verdade
Não cumpre ali seu papel
É apenas vendedor
E perde a vez do autor
Faça seu texto de cordel.
 
Honestidade é valia
Pra quem cumpre o seu dever
Do outro não se apropria
Do valor a receber
Relacionar tudo direito
Para ganhar o respeito
Faça por merecer.
 
Ser honesto é construir
Não fazer separação
Deixar a Praça fluir
Em cada apresentação
E não em curva fechar
Somente para lucrar
Com toda essa exposição.
 
Ser honesto é fazer bem
Seu texto não escrito
Não copie de ninguém
A temática que foi ver
E escreva na carreira
Levando logo pra feira
Pra tudo poder vender.
 
Ser honesto é respeito
O que chamou de irmão
Quando foi preciso
Ele lhe a mão
Mas na ânsia de vender
Foi o irmão esquecer
Fazendo grande traição.
  
Ser honesto e ser legal
É projeto construir
E ganhar um edital
E com todos divide
Mas não leva dinheiro
E do outro companheiro
Ter que viver a fugir.
 
Ser honesto é ter diversão
Do que lhe do
E se manter em respeito
Num ato de gratidão
E não os livros fastar
Para arrumar mais lugar
Pra sua publicação.
 
E para o bem da verdade
Veja tudo aqui para falar
Toda desonestidade
Vai ocupar todo o espaço
Gastaria mais papel
Pra da Praça do Cordel
Muito mais se relatar.
 
Fique aqui meu manifesto
Com honestidade e razão
Com palavras de protesto
Nas linhas da educação
Acreditando que um dia
Toda nossa poesia
Seja símbolo de união.
 
Pra quem leu esse cordel
Busque a mensagem entender
Descubra qual seu papel
Não é seu modo de viver
E viva com honestidade
Pra que tenha a liberdade
Da existência do ser.
 
Quando cada um usa
Toda sua honestidade
Tudo então pode mudar
Não sei da humanidade
E se terá uma nação
Não viver de uma união
Nos campos da liberdade.
 
Fortaleza, 17 de novembro de 2022
 
 



 















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    Lucarocas começou a escrever cordel desde cedo quando conviveu com o poeta Patativa do Assaré, e com ele teve interesse em desenvolver a sua escrita também com a linguagem popular, pois antes disso já havia escritos poemas com versos livres e brancos, sonetos e textos em prosa.
    Teve o seu primeiro texto em cordel publicado em 1986 com o título de Reclame de Trabalhador. O texto foi escrito a partir de uma provocação do seu pai Antônio Vieira de Castro que reclamava o congelamento de preços feito pelo atual governo da época.


    
    Reclame de Trabalhador é o cordel que marca o início da produção literária desse gênero na linha de produção do Lucarocas.

Seu doutor está dizendo
O que o governo está fazendo
Um tal controle de preço
Pra nada poder subir
E eu então consumindo
Tudo aquilo que mereço.
                 Lucarocas

 

  A partir desse texto Lucarocas desenvolveu a criatividade da escrita nesse formato chegando a escrever mais de cordéis o que, por um momento recebeu a acunha de cordelista, o que ele rebate como não sendo cordelista, mas sim Escritor que escreve Cordel, pois bem antes do cordel ele já escreveua e tinha livros publicados em outros formatos textuais.
 Hoje o Lucarocas tem os seus folhetos espalhados nas melhores Bibliotecas e Cordeltecas do país, e em inúmeras escolas. Os seus textos são fontes de inspiração e de estudo da linguagem da Literatura Popular Brasileira, o Cordel.
  Pela sua experiência, tempo de escrita e produção, Lucarocas tornou-se uma referência no cordel do Brasil, o que o levou a fazer mestrado em Literatura de Cordel pela Universidade Federal do Ceará.
  O conjunto de suas atividades artísticas, tanto literárias quanto as demais, levou a conquistar o prêmio de Mestre da Cultura do Brasil – Selma Coco - 1918.
    Alguns dos Cordéis do Lucarocas podem ser visualizados no link abaixo:

Cordéis do Lucarocas
Veja Aqui! 
        
        
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