SAUDADES

 ESPAÇO RESERVADO AOS TEXTOS 
QUE FALAM DE SAUDADE

A PARTIDA DO EDUARDO
Lucarocas, a Arte de Ser
 
O mundo nos surpreende
Com a mudança de vida
Às vezes não se entende
E até de Deus duvida
Mas certo o que é verdade
Que há transitividade
Da chegada e de partida.
 
Foi assim com Eduardo
E será com todos nós
A vida nos traz um fardo
Cheio de amarras e nós
Pra fazermos caminhada
E no final da jornada
Somente partimos sós.
 
O Eduardo adeus
sabe que é verdade
Mas na vida destruir
A sua felicidade
Ele teve esposa e filhos
Fez tudo com muitos brilhos
Com toda sua honestidade.
 
Em Deus ele confiou
Pra manter sua trajetória
A esse Deus enviado
Escrever sua história
E deixou no seu legado
A paz do Livro Sagrado
Guardado em sua memória.
 
Fez o bem a quem podia
Trabalhou com confiança
Não seu riso de alegria
Ele virou uma criança
E em todo seu caminhar
Segue sempre a semana
O seu amor e esperança.
 
Nos passos da caminhada
Siga bem o seu percurso
Fez na vida registrada
A existência da rede
E para a sua benção
Deus lhe deu a extensão
Na figura de um bisneto.
 
Hoje o Eduardo é luz
Do céu sendo morador
O bom Deus já o conduz
Com poder libertador
E hoje ele é consagrado
Como um homem sem pecado
Nos braços do seu Senhor.
 
Que a sua luz ilumine
Todo nosso caminhar
Que o seu exemplo ensine
Toda lição do amar
É que da eternidade
Ele seja uma saudade
Do gosto bom de lembrar.
 
Fortaleza, 05 de setembro de 2024.


A TRISTEZA DAS BAQUETAS
            Lucarocas, a Arte de Ser
 
Não posso deixar de lado
Estavam entristecidas
Ainda o cheiro do dono
Daquelas mãos doloridas
Tinham marcas das lembranças
Nas terminações das nuances
Como Baquetas esquecidas.
 
Olhando o amigo Surdo
Também num canto calado
Achando ser absurdo
Ele está desprezado
Depois de tanto barulho
Traz a poeira do entulho
Pelo tempo abandonado.
 
A Caixa silenciada
As baquetas também viam
Com pele já afrouxada
Suas bordas já caíram
E com tom amareladas
Pelo tempo desgastadas
As ferrugens que comiam.
 
Tambem o tambor maior
Elas foram liberadas
Tinha cheiro de bolor
Já tinha um couro rasgado
Assim o Bumbo esquecido
Também foi corroído
Pelo tempo do passado.
 
As baquetas viram os Tons
Com a tristeza do olhar
Não ouvimos mais seus filhos
Não senti o seu toque
E encolhidas num canto
Se umedeceram de pranto
Não desgaste a resolver.
 
Quase que num ritual
Para o lado foram observados
E viram que o Chimbal
Já estava enferrujando
E quanto mais elas viam
Mais tristeza elas sentem
Por não ver ninguém tocando.
  
E teve mais um baque
Naquela triste visão
Viram o Prato de Ataque
E o Prato de Conclusão
Todos dois empoeirados
Num certo canto colocado
Amargando a solidão.
 
Assim como duas baquetas
Findava a triste revista
E em suas silhuetas
Trazia a dor do artista
Para ver aquelas agonia
A morte da bateria
Por falta do baterista.
 
E as baquetas abraçadas
Na certeza da amizade
Ficaram mofadas
Pelo choro da umidade
E ali naquele momento
Uma prece de instrumento
Eles estavam cheios de saudade.
 
E nesse instante um clarão
Fez tudo se iluminar
E numa iluminação
Um anjo foi enviado para falar
Quando a missão termina
Fico o instrumento na terra
Pro artista se liberta.
 
Há uma tristeza dos seus
Com essa libertação
Mas os artistas com Deus
Estará em proteção
Instrumentos de Recendo
Para seus burilamentos
Ter melhor evolução.
 
A luz não mais clareou
Se viu flores nas muretas
Uma nuvem se encontra
As mais lindas borboletas
E com aquela voz tão doce
Naquele instante acabou-se
A tristeza das baquetas.
 
Fortaleza, 04 de julho de 2021.
 
...............
 
       Este texto é dedicado a Carlinhos Perdigão, e a todos os artistas que tiveram que deixar seus instrumentos na terra.
 

  
 
 
 

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